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Evite saques no crédito devido ao custo elevado

Evite saques no crédito devido ao custo elevado

23/05/2025 - 07:19
Bruno Anderson
Evite saques no crédito devido ao custo elevado

Em um cenário econômico cada vez mais desafiador, compreender as verdadeiras consequências de cada decisão financeira é essencial. Muitos consumidores recorrem ao saque no crédito em momentos de emergência, sem ter plena consciência do montante que será cobrado posteriormente.

Este artigo detalha por que essa prática costuma ser tão onerosa, oferece comparativos claros com outras modalidades e apresenta alternativas viáveis para preservar o orçamento familiar.

O que é saque no crédito?

O saque no crédito, também conhecido como “cash advance” ou “retirada em espécie”, consiste em usar o limite do cartão de crédito para obter dinheiro em espécie. Diferente de uma compra parcelada, essa operação configura um adiantamento de crédito, transformando o valor sacado em dívida rotativa.

Desde o momento do saque, começam a incidir juros e encargos, sem o prazo de carência habitual para compras. Além disso, há cobrança de tarifas fixas por transação, o que eleva ainda mais o custo total desse serviço.

Por que o custo é tão alto?

As instituições financeiras estruturam o saque no crédito como uma operação de risco maior, pois não há garantia de pagamento imediato. Por isso, aplicam taxas de juros superiores a 15% ao mês e tarifas fixas que podem variar entre R$ 19,90 e R$ 25,00 por transação. Ademais, é comum a incidência de IOF, elemento que agrega ainda mais encargos ao valor principal.

Diferentemente das compras a crédito, que podem ter carência até o fechamento da fatura, no caso do cash advance os juros começam a ser cobrados imediatamente. Essa combinação de encargos fixos e variáveis faz com que o custo efetivo total (CET) chegue a níveis muito elevados.

Outro fator relevante é o IOF, que corresponde a um percentual fixo sobre o valor sacado. Atualmente, a alíquota de IOF para operações de adiantamento em cartão de crédito gira em torno de 0,38% ao dia, acrescida de 6,38% na operação. Isso significa que, em cada R$ 1.000 sacados, aproximadamente R$ 64, ficam comprometidos apenas com impostos.

Suponha um consumidor que retire R$ 500 e deixe esse valor em aberto por 30 dias: além da tarifa fixa e do IOF, ele poderá pagar mais de R$ 85 em juros rotativos, valor que supera 17% do saldo inicial. Nesse caso, o montante devido pode chegar a R$ 650, quase o mesmo de um empréstimo pessoal com juros muito inferiores.

Comparativo de custos

Para ilustrar a disparidade de valores, observe a seguir uma tabela simplificada que compara o saque no crédito com outras modalidades de obtenção de recursos:

Como se nota, o saque no crédito figura como a alternativa de maior custo total, especialmente em grandes bancos que cobram tarifas elevadas e juros altos desde o primeiro dia.

Riscos e desvantagens do saque no crédito

Usar o cartão de crédito para sacar dinheiro implica enfrentar diversos riscos:

  • Efeito bola de neve nas dívidas: os juros compostos elevam rapidamente o saldo devedor.
  • Redução do limite disponível para compras essenciais.
  • Possível uso recorrente em emergências, gerando descontrole financeiro.
  • Risco de inadimplência e negativação em órgãos de proteção ao crédito.

Esses fatores podem comprometer seriamente a saúde financeira, transformando um valor de emergência em uma pendência de longo prazo.

Alternativas mais baratas

Para evitar o impacto financeiro desproporcional no orçamento de um saque no crédito, avalie opções menos onerosas:

  • Planejamento financeiro prévio para situações de emergência.
  • Utilização do limite especial da conta-corrente, quando as taxas forem inferiores às do crédito rotativo.
  • Empréstimos pessoais ou consignados, que costumam ter juros menores e prazos mais flexíveis.
  • Transferências via Pix ou TED, que podem ser gratuitas e oferecem liquidez imediata.

Essas alternativas reduzem o peso dos juros e evitam a cobrança de tarifas elevadas por operação.

Dicas práticas para economizar

Adotar boas práticas no dia a dia facilita o controle financeiro e reduz a necessidade de recorrer a operações caras:

  • Revisar mensalmente as tabelas de tarifas do banco, pois são atualizadas com frequência.
  • Priorizar pagamentos com débito ou compras no crédito sem saque.
  • Estabelecer um fundo de emergência, mesmo que pequeno, para não depender de crédito rotativo.

Essas medidas simples auxiliam na manutenção de um orçamento equilibrado e na diminuição do estresse financeiro.

Conclusão

Sacar dinheiro no cartão de crédito deve ser o último recurso, devido ao impacto negativo sobre o orçamento e ao alto custo envolvido. Ao comparar as opções disponíveis e adotar práticas conscientes, é possível contornar imprevistos sem comprometer a estabilidade financeira.

Lembre-se: o caminho para uma vida financeira saudável passa pelo conhecimento das tarifas e pela escolha de métodos mais econômicos. Evitar saques no crédito é um passo fundamental rumo à liberdade financeira.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson, 30 anos, é redator no imesk.net, especializado em finanças pessoais e crédito.