Em 2025, o cenário das compras internacionais para brasileiros tornou-se complexo e oneroso. Entre caça a descontos e expectativas de produtos exóticos, muita gente tem esquecido de calcular todos os custos extras e tributos. Este artigo apresenta uma análise aprofundada dos novos encargos, das barreiras logísticas e de como uma decisão simples — desativar compras internacionais — pode ser uma medida inteligente para quem não vai viajar.
Os dados mais recentes mostram que os brasileiros gastaram aproximadamente R$ 14,83 bilhões em 2024, somando cerca de 190 milhões de encomendas internacionais registradas. A alta do dólar, acima de R$ 5,70, continua impulsionando o valor nominal dessas transações.
Especialistas apontam que, embora o volume de pedidos permaneça elevado, o principal fator de aumento não é tanto um apetite maior por produtos do exterior, mas sim a valorização do câmbio que encarece cada compra e pressiona o bolso do consumidor.
Além disso, plataformas como AliExpress, Shein e Shopee investem em frete gratuito ou descontos, criando uma sensação de economia. Porém, quando entram em cena impostos e taxas, o custo final pode superar valores praticados no mercado nacional.
A partir de 1º de abril de 2025, o COMSEFAZ elevou a alíquota do ICMS para importação simplificada de 17% para 20%. Estados que não aderiram ao convênio precisam criar legislações próprias, gerando mais incertezas.
No campo federal, o IOF sobre compras internacionais com cartão de crédito caiu de 6,38% para 3,38% em 2025, com previsão de redução gradual até zerar em 2028. Apesar da queda do IOF, o impacto real no preço é limitado em comparação com o ICMS e o câmbio.
Outro ponto crítico é o programa Remessa Conforme, que obriga plataformas a recolher todos os impostos federais antes da entrega, mesmo em compras de valor inferior a US$ 50, antes isentas. Isso resultou na obrigatoriedade de recolhimento de impostos em praticamente todas as encomendas.
Com as novas regras, muitas compras que pareciam vantajosas se tornam financeiramente inviáveis. A soma de ICMS, IOF e Imposto de Importação, aliada à alta do dólar, altera o cálculo final.
Além disso, a centralização do processamento em Valinhos (SP) trouxe atrasos durante o período de adaptação, enquanto a fiscalização tornou-se mais rigorosa, especialmente em artigos de propriedade intelectual.
Se você não pretende viajar em 2025, não usufrui da cota de isenção de US$ 1.000 em free shops ou bagagem despachada. Portanto, cada remessa postal paga todos os encargos, sem benefícios.
Dessa forma, manter cartões abertos para compras internacionais pode resultar em gastos inesperados e altos, além de dores de cabeça com processos burocráticos.
Para reduzir riscos e proteger seu orçamento, considere as seguintes medidas antes de voltar a comprar no exterior:
Essas ações ajudam a evitar surpresas na fatura e a tomar decisões de consumo mais conscientes.
No atual contexto tributário e cambial, manter ativadas as compras internacionais sem intenção de viagem é uma prática que pode trazer mais prejuízos que benefícios. Ao desativar essa modalidade, você ganha em controle financeiro, evita processos burocráticos e passa a valorizar o mercado nacional.
Com dados sólidos e uma leitura clara dos custos envolvidos, a melhor decisão para 2025 é reavaliar hábitos de consumo e optar pela segurança. Assim, seu bolso agradece e você minimiza riscos.
Referências