O avanço das compras online trouxe conveniência, mas também intensificou os riscos de fraudes digitais. Em um cenário em que mais de 190 milhões de cartões de crédito foram emitidos no Brasil em 2023, representando 39% de todas as compras, proteger os dados financeiros tornou-se prioridade. O cartão virtual surge como resposta eficaz, reunindo tecnologia e praticidade para reduzir significativamente as vulnerabilidades em transações digitais.
O uso de cartões de crédito no Brasil segue em ritmo acelerado, impulsionado pelo aumento das compras em plataformas de streaming, marketplaces e serviços de assinatura. No entanto, esse crescimento coincidiu com a elevação das tentativas de fraude: em 2024, 48% dos brasileiros relataram ter sido vítimas de golpes envolvendo cartões, ante 39% em 2023.
Levantamentos da Mastercard indicam que 64% das empresas brasileiras enfrentam fraudes digitais com frequência média ou alta, um aumento de 7 pontos percentuais desde 2021. Diante desse quadro, soluções inovadoras, como o cartão virtual, ganham força por oferecerem barreiras extras contra ataques e vazamentos.
O cartão virtual é uma extensão temporária do cartão físico, gerada em aplicativos bancários ou de fintechs. Através desse recurso, o usuário recebe um número diferente, com CVC próprio e data de validade reduzida. Esses dados podem ser configurados para uso único ou recorrente, conforme a necessidade de cada compra.
Ao selecionar a opção de cartão virtual no app, o sistema emite instantaneamente as credenciais, que substituem os dados do plástico tradicional durante aquela transação. Mesmo que sejam capturados por golpistas, esses números não dão acesso direto ao cartão principal, mantendo o patrimônio financeiro protegido.
As vantagens oferecidas pelo cartão virtual transformam a experiência de pagamento em ambiente online, criando camadas adicionais de defesa:
Embora o Pix também seja alvo de debates sobre segurança, as estatísticas variam conforme as fontes. Segundo a Abecs, em junho de 2024, houve 8 fraudes a cada 100 mil transações com cartão de crédito e 12 com Pix. Já o Banco Central registrou 30 fraudes por 100 mil operações com cartão e apenas 7 por 100 mil no Pix.
Essa divergência reforça a necessidade de adotar múltiplas camadas de proteção. A tabela abaixo resume esses índices, apontando a relevância de escolher o meio de pagamento mais adequado ao perfil de risco.
Para o consumidor, incorporar o cartão virtual em compras online é simples: basta acessar o app da instituição financeira e gerar o número temporário. A praticidade é especialmente valiosa em situações emergenciais ou quando se deseja não expor o cartão físico.
Nas empresas, o recurso pode ser adotado para pagamentos de fornecedores, assinaturas e despesas pontuais. Ao alocar budgets por cartão virtual, é possível monitorar gastos com maior precisão e bloquear acesso em caso de suspeita de fraude. Além disso, muitas organizações ainda não dispõem de área exclusiva de cibersegurança: apenas 35% contam com times dedicados e 25% realizam planejamento anual. O cartão virtual torna-se, então, ferramenta acessível para aprimorar a postura de segurança.
Apesar dos benefícios, o cartão virtual não elimina totalmente a necessidade de práticas básicas de segurança. É fundamental que o usuário:
Essas medidas, aliadas às proteções oferecidas pelo cartão virtual, formam um conjunto robusto de defesas contra atividades fraudulentas.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) fortaleceu o direito à privacidade e autodeterminação informativa, garantindo ao consumidor maior controle sobre seus dados. Instituições financeiras passaram a adotar políticas mais transparentes ao oferecer produtos como o cartão virtual.
Esse movimento reforça a cultura de segurança digital, uma vez que organizações precisam justificar o tratamento de informações pessoais e implementar controles que evitem vazamentos. O cartão virtual encaixa-se perfeitamente nesse contexto, pois minimiza a exposição dos dados sensíveis.
Em um mundo cada vez mais conectado, o protagonismo do cartão virtual nas transações online não é surpresa. Ao combinar geração instantânea de cartões virtuais com camadas avançadas de criptografia e expiração automática, esse recurso oferece ao usuário e às empresas a confiança necessária para explorar o comércio digital sem receios.
Apesar de não ser uma solução infalível, o cartão virtual representa um salto significativo na proteção de dados financeiros. Ao incorporá-lo em suas rotinas de pagamento, aliados às melhores práticas de segurança e à conformidade com a LGPD, consumidores e organizações encontram o equilíbrio ideal entre conveniência e proteção. A adoção dessa ferramenta é um passo firme rumo a um ecossistema digital mais seguro e resiliente.
Referências